segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Restaurante Niu Sushi


O preparo de bons pratos tem como condição fundamental o uso de matérias primas selecionadas, o emprego de técnicas adequadas e processos padronizados. Estas premissas são ainda mais relevantes quando de trata da meticulosa gastronomia japonesa. Me parece que ai reside o motivo do sucesso do restaurante Niu Sushi. Esta característica se atesta logo na entrada, com peixes frescos expostos como cartão de boas vindas.

Seus pratos mais pedidos são os combinados, uma seleção de sushis, sashimis e niguiris formando um conjunto harmônico e delicioso. Pode parecer simples, mas certamente nem todos que se propõe a fazer o fazem com a devida qualidade. O frescor e a textura são característica dos frutos do mar bem tratados. Este tem sido uma constante neste restaurante.

Como manda a tradição, os combinados são servidos em barcos de madeira. Neste ponto cabe uma sutil melhoria visto que a “flotilha” anda meio sem graça. Também caberia uma repaginada no lay-out e na decoração dos pratos, isso ajudaria a melhorar o conjunto da obra.

Por falar em decoração, este não é o ponto forte da casa. De fato este não é um restaurante temático, provavelmente não tem esta pretensão. A cada fase do crescimento um novo espaço foi ampliado sem um tratamento arquitetônico equilibrado, comprometendo inclusive o conforto com mesas e cadeiras típicas de uma choperia.


Situado no conjunto gastronômico do Parque Opa Bier, Niu Sushi é uma opção recomendável. Lotado em plena segunda feira, com filas de espera nos dias do fim de semana Niu Sushi agrada pela qualidade e custos adequados. O sucesso é fruto do compromisso com a gastronomia oriental que encontra no Brasil um crescente publico, notadamente entre os jovens.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Uma bela mistura


O Santa Mistura, localizado na Rua Otto Bohem se propõe a ser e é uma boa mistura. Um pouco de revistaria, um pouco de loja de presentes, uma livraria até uma galeria de arte, mas principalmente é um restaurante. O resultado da mistura é sempre surpreendente. Não é mais surpresa que nos restaurantes em que o Chef Jony Colin trabalha o bacalhau será perfeito tanto no ponto, como na consistência e no gosto. Tampouco é surpresa que a presença constante das proprietárias faz que o negocio funcione melhor. Nada escapa ao seu olhar atento e o resultado é perceptível.

Nosso jantar foi em agosto de 2013, o cardápio foi do Talharim com ragout de cordeiro, ao Ossobuco com arroz milanês e como não poderia deixar de ser bacalhau, um prato de bacalhau a lagareira e outro de bacalhau a mediterrânea. As porções generosas, na verdade excessivas, podem ser facilmente compartilhadas por duas pessoas.

O talharim estava no ponto, à massa com este gosto de massa caseira e o ragout de cordeiro, estava bom, no ponto correto, mas nada extraordinário. O ossobuco com arroz milanês não ganharia o premio de melhor prato da noite, a apresentação pouco apetitosa, gorduroso em excesso. Os dois pratos de bacalhau perfeitos, no ponto, desmanchando em lascas firmes e com o gosto que se espera. A lagareira acompanhado com batata saute e o bacalhau a mediterrânea com um couscous com pimentão e vegetais. Tudo acompanhado por um tinto De Martino Sirah Reserva 347 Vineyards 2010

Sobremesa petit gateau, demorou muito mais que o previsto e acabou deixando o jantar com um gosto de certa frustração. O jantar em definitiva refletiu bem a proposta do Santa Mistura, uma mistura de altos e baixos, na media os altos predominam e se sobrepõem, mas há um bom espaço para melhorar.

Pontos altos, a presença do chef, percorrendo as mesas e supervisionando o resultado do seu trabalho, o que da um ar especial e reforça a relação e o contato com os clientes. A presença das proprietárias acompanhando cada passo. O cardápio equilibrado, variado e sempre acrescentando algumas novidades e pratos da estação. A decoração consegue criar um ambiente descontraído e alegre, uma mistura de objetos e cores que consegue um resultado adequado depois de percorrer com sucesso um caminho arriscado.


Pontos baixos, a carta de vinhos excessivamente minimalista e pouco variada. O serviço, garçons que insistem em querer lembrar de todo o que o cliente pede tem mais chances de esquecer e não satisfazer as expectativas que se propõe o restaurante. Um simples caderno e uma caneta poderia resolver o problema. Quase não se percebe que o espaço não foi previsto para ser restaurante, a adaptação deu bom resultado, mas a iluminação poderia ajudar muito para criar um ambiente mais aconchegante.

sábado, 6 de outubro de 2012

Soop, o tradicional


SOOP, o tradicional




Quem não se lembra da falta de opções de bons restaurantes em Joinville antes dos
anos noventa? Naquela época, havia algumas churrascarias, restaurantes típicos da cozinha
germânica, recreativas de empresas e alguns buffets que começavam a se popularizar.

Muitas iniciativas apareciam e desapareciam em pouco tempo. Consequentemente,
poucos restaurantes daquela época conseguiram chegar até hoje em plena atividade. Um
deles, certamente o mais emblemático, é o Soop, que surgiu em 1986.

É inegável a contribuição deste restaurante, quase uma instituição, para o
desenvolvimento da gastronomia da cidade. Tornou-se referência, frequentado por famílias,
jovens, políticos e principalmente, turistas e gente de negócio de várias partes do Brasil e do
mundo. Imagino que ali, entre um chopp e outro, se fecharam grandes negócios e se tomaram
importantes decisões políticas e empresarias. Aliás, a proposta inicial foi de uma Chopperia
que servia petiscos, mas logo se tornou um restaurante.

O Soop já nasceu tradicional, fruto da marca que herdou, do adequado projeto
arquitetônico, da decoração temática, do serviço impecável com garçons tipicamente trajados
e uma cardápio baseado nas tradições germânicas complementado com outros pratos da
gastronomia brasileira e internacional. Sucesso absoluto!

Desde então pudemos assistir uma consistente evolução do setor bares e restaurantes
em Joinville. Surgiram vários espaços gastronômicos, casas dedicadas a diferentes tendências
e um curso universitário preparando jovens para assumir chefias. Em paralelo Joinville passou
a receber migrantes vindos de grandes centros, acostumados a frequentar bons restaurantes.
Um publico com perfil mais exigente, ávido por novidades. A concorrência sadia acaba por
elevar o nível da oferta. Afinal, nós clientes passamos a ter algumas escolhas.

Após muitos anos sem aparecer, voltamos ao Soop para conferir como anda sua
proposta gastronômica. A casa mantém o glamour arquitetônico, um ambiente agradável e
alinhado com sua estratégia inicial de vender a imagem de uma cidade que se orgulha de suas
origens. Um ambiente aconchegante, confortável. O cardápio esta praticamente o mesmo
de muitos anos atrás. Compreendemos que a tradição sempre foi sua característica, mas nos
parece que haveria muitas oportunidades de evolução em um mundo tão dinâmico como o da
gastronomia. Um ponto positivo é a existência do menu em vários idiomas, fato que raro em
Joinville.

Pedimos um chopp local que cairia muito bem para aquela noite quente do nosso
inverno. Também um “submarino” – chopp com um copinho de Steinheger emborcado.
Espiamos a carta de vinho, observamos que as opções da carta eram suficientes, entretanto
havia muitos itens em falta. Eram vinhos comuns, disponíveis nas revendas, mas...segundo
o garçom, o “representante” não havia passado lá. Esse “representante” não merece nossa
consideração!

Selecionamos alguns pratos para nossa apreciação: iniciamos com hackpeter, como
sempre preparado ao vivo pelo garçom. Este é um dos carros-chefes do Soop, frequentemente
copiado, mas nunca igualado. Perfeito! O pão que acompanha estava um tanto seco.
Reclamamos e veio um melhor. Melhor assim.

Na sequencia escolhemos outro clássico da cozinha bávara – Paprika Schnitzel, um
filé com molho de páprica, uma derivação do prato austríaco Wiener Schinitzel. A receita
original alemã mais comum se prepara com filé de vitela, fino, empanado, coberto com molho
de creme de leite e páprica doce. O acompanhamento apropriado deve ser uma spätzle ou
knödel.

Não foi bem o que encontramos. Explico nosso critério - quando analisamos um prato
inovador, a característica consideraqda é a criatividade, já um prato clássico é a execução que
deve ser fiel ao original. Obviamente existe muitas variações dos pratos clássicos, mas uma
interpretação que se distancie muito do original não deveriam ter a denominação original para
não levar o consumidor mais atento a uma expectativa frustrada. Não há problema em se
propor variações, mas ai a denominação também deveria expressar a opção do chefe.
Voltando ao prato, o acompanhamento – três nhoques, arroz e pasmem, batata palha não
contribuem para a qualidade do prato.

Este acompanhamento é quase um padrão no restaurante, eventualmente alternando
com batata sauté. Convenhamos, uma solução simplista, trivial, pouco atraente.

Por último ordenamos a estrela da casa – Peixe a Soop. É um bom prato, tem história,
tem originalidade. Estava com o interior frio e textura pastosa. Ainda que o gosto estivesse
bom, peca pelo mesmo acompanhamento anteriormente citado – arroz com batata palha...

Temos saudades do tempo desta casa cheia, quando esperávamos na fila, sedentos
por um “submarino”. Fica aqui nossa recomendação para uma revitalização do cardápio e dos
processos de preparo. A sua marca e estrutura permitem ainda um grande salto de qualidade,
desde que a gestão tenha esta percepção. Nos joinvilense, nativos ou por adoção, torcemos
para que isso ocorra logo.

Um grande espaço, uma bela história, nossas lembranças ainda guardam o sabor que
não encontramos mais.

Visita realizada em 04/07/2012

Presentes: Deretti, Ely, Jordi, Levi

Dom Bruno, o Castelinho amigo


UMA CASA AMIGA


Na rua João Colin tem uma construção que chama a atenção. Um pequeno castelo, com a tradicional torre, é o endereço de um restaurante que já conseguiu marcar o seu nome na gastronomia joinvilense.

Tendo a cozinha italiana como base, o Don Bruno é uma casa que prima pela excelência do serviço-
alguns garçons estão na casa desde a sua inauguração, há doze anos - um ponto que merece ser
destacado, pois a falta de qualificação da mão de obra é um problema recorrente na maioria dos
restaurantes da cidade. Esse bom serviço, aliado às porções generosas dos pratos, certamente é uma das explicações para o público fiel, com mesas e dias cativos, que batem ponto semanalmente em busca de uma refeição correta, com muita fartura, a chamada comfortable food.

O ambiente é despojado , com mesas muito próximas uma das outras e um problema sério de acústica. Quando a casa está cheia é preciso aumentar alguns decibéis no tom da conversa pela acentuada reverberação. O extenso, antiquado e complicado cardápio não mudou ao longo dos anos. Por se posicionar como um restaurante italiano, as massas são o forte da casa. As massas são de fabricação própria e os tipos pedidos sopa de capeletti , espaguete à alho e óleo e gnocchi ao sugo chegaram com textura, sabor e cozidos no ponto certo, quase al dente. A carne de gado também é um dos destaques.

Pedimos um filé à Chateaubriand que veio alto - a receita original indica a parte central do filé pesando de 300 a 400 gramas -, grelhado por fora e vermelho por dentro. Entretanto, os molhos, o da carne e o ao sugo do gnocchi, não estavam à altura dos pratos. Falta um pouco de técnica, leveza e acabamento nos acompanhamentos. A carta de vinhos é pequena, mas com preços honestos. É uma casa que podemos recomendar para aqueles que gostam de fartura, boa matéria-prima e serviço atencioso. Ah, sim! Não deixem de pedir a sopa de capeleti e o couvert com três tipos de pão caseiro, deliciosos.

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quinta-feira, 1 de março de 2012

Umas e ostras

Umas e Ostras

Uma e Ostras é uma petisqueira pouco convencional, consegue equilibrar com maestria a qualidade de um prosaico pastel de camarão, um dos petiscos clássicos a base de frutos do mar, com um delicioso file de linguado crocante de deixar no chinelo a restaurantes conhecidos e tradicionais de Joinville.
Não esta direcionado ao cliente que procura um ambiente climatizado, requintado e elegante, mas é a melhor opção para quem prioriza a qualidade da matéria prima, o frescor dos frutos do mar e um ambiente familiar e pouco pretensioso.

A visita foi no dia 29 de fevereiro as 20:00 horas, a escolha foi iniciar com uma rodada de pastel de camarão com azeitona e um vinho Chardonnay - Dogma – Reserva. O Marcos pediu um chopp da Schorstein para hidratar antes do jantar. Chopp no ponto, bem tirado, com a espuma e a temperatura previstas.

A seguinte pedida foram duas meias porções de camarão, uma ao alho e óleo e a segunda a doré. A casa tem algumas boas praticas que vale a pena destacar, a primeira é que é possível pedir uma meia porção sem ser esfolado, em quanto é pratica comum em muitos restaurantes a cobrança de até 70% do preço da porção completa por uma meia porção, o Umas e Ostras cobra 50% acrescido de uma taxa de R$ 3,00 o que serve de estimulo para poder provar uma maior diversidade dos petiscos oferecidos. A segunda boa pratica é a de aceitar que o cliente possa trazer o seu vinho de casa. O cobro de uma valor de R$ 13,00 pela “rolha” não afugenta ninguém e atende ao cliente que não encontre na reduzida carta de vinhos oferecida, um vinho um pouco mais sofisticado.

O serviço é da própria família o que ajuda a criar um ambiente familiar e tranquilo. Se bem é verdade que não é recomendado para apressados, o tempo entre o pedido e o serviço é uma prova que cada prato é feito na hora e o resultado é um produto de uma qualidade superior que a oferecida pela maioria dos concorrentes.

As porções são generosas e surpreendem na primeira vez, é bom como já mencionamos optar pela meia porção sem medo de errar. O Camarão ao Alho e Oleo vem servido na casca, seguindo a tradição joinvilense e estava no seu ponto de sabor e textura. O Camarão a doré estava impecável e passou na prova com louvor. Só a troca regular do óleo na cozinha pode garantir um dourado tão apetitoso.

Como prato principal um File de linguado crocante acompanhado de um pirão. Ambos perfeitos. No caso do file de linguado uma recomendação seria oferecer como acompanhamento uma batata sauté. O prato ganharia uma apresentação melhor e mais sofisticada e um jogo de sabores e texturas mais elaborado.

O ponto forte do Umas e Ostras é a qualidade da comida, resultado de uma boa escolha da matéria prima e a supervisão direta e constante da família na cozinha.

É bom alertar ao cliente desavisado que não aceita cartão de credito, o que hoje em dia deve ser visto como um ponto a melhorar.

Comentários:

“A proposta da Petisqueira Umas e Ostras esta de acordo com o que se espera, os produtos são de excelente qualidade, o ambiente poderia ser mais adequado, sem que fossem necessários grandes investimentos.”

Marcos

“O diferencial é a qualidade excepcional da matéria prima”

Ely

“Joinville tem poucas petisqueiras que saibam tratar tão bem o peixe e os frutos do mar”

Levi

“A surpresa ao voltar de novo é que a qualidade se mantém constante, sem decepções.”

Jordi